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Mostrando postagens de 2013

Meu Natal

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Já que falei sobre a árvore, resolvi mostrar a minha:

Dezembro

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Primeiro dia de dezembro já se foi, mas o mês mal começou e em mim algo nasceu. Dizem que Jesus, esse homem inspirador, veio ao mundo neste mês que se inicia dois mil e treze anos atrás. Grande parte destas datas são mentira e bem o sei, mas permitam que eu entre nesta onda irracional de alegria pré-natal. Hoje montamos a árvore. E ainda que seja símbolo de tantas coisas que não se tem por aqui eu fiquei feliz, feliz por estar junto de quem gosto e ter muitas caixas cheias de enfeites dourados e vermelhos por usar. Que essa alegria boba siga, a todos nós, durante o mês inteiro até depois do celebrado vinte e cinco. Que saibamos ver dezembro como o final do ano, e início de um novo ciclo.

Fada do Chá de Hortelã

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Se eu pudesse seria uma fada, para curar todas as feridas do mundo. Levaria comida às crianças famintas, carinho aos que precisam, teto, trabalho e remédio. Levaria cuidado e amor. Sanaria dores com palavras doces. Se eu pudesse curaria tudo, cuidaria de todos, seria Madre Teresa. Seguraria ao colo quem está doente, os corpos frágeis, um sorriso fraco. Amaria a todos os bebês como se ninguém nunca os tivesse amado. Se eu soubesse, se eu tivesse forças, se eu tivesse posses, se fosse possível… Mas sei que não posso, e que não consigo. Que fazer, então? Um bule de chá de hortelã. Doce como o sabor da alegria, morno e cheiroso nessa tarde fria, quebrando o efeito da chuva lá fora. Uma coberta, um filme (comédia romântica) e ouvidos bem abertos, poço de cuidado para uma amiga triste, escorrendo chuva. _Já chega, meu bem, já chega… Eu estou aqui com você. Há muitas coisas que não posso. Mas as poucas que posso, farei! Chá de hortelã já resolve metade das dores de alg

Internet - Um desabafo

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Permaneço procurando sentido no que vejo, e a cada foto ou frase idiota eu desço e desço, procurando quem sabe nas postagens mais antigas algo que tenha algum valor. Ainda assim, é tão difícil. Quem sabe estar em busca do ainda não postado, constantemente esperando um salvador da humanidade, com conteúdo para me ensinar emocionar fascinar qualquer coisa que preste, mas não estes verbos passivos hipócritas medíocres (divertir-distrair-entreter), por Deus, não é essa a função do ser humano na Terra! Não nascemos para ser entretidos, alimentados constantemente com porcarias, ingerir lixo mental 24 horas por dia. Não é possível que haja quem se contente com isso, e estamos sempre falando dos pobres não, ou melhor, ignorantes não é, que soa politicamente correto; mas quem somo nós (esses neo-burgueses) para dizer algo a alguém? "A rede Globo aliena, eles não tem nada mais que fazer e só assistem televisão". Eles? Eles quem? Continue no seu discurso, senhorita, senhor! Pross

Por que vermelho?

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Chapeuzinho, que mal te pergunte, por que é que usavas vermelho? A cor do sangue. O sangue que corre nos vivos e escorre dos mortos, que borbulha de raiva e mancha, indelével, as mãos dos assassinos : vermelho é cor do destino. Sangue que obriga famílias, abriga doenças e rege ciclos. Vermelho sangue brilhante, quente nas pernas de quem de descobre mulher num instante de arrebatamento, ou asco, ou espanto, ou tudo, sangue-sina e assinatura do teu papel de filha de Eva. Não querias mais se menina, era isso? Sim… Vermelho cor do rubi, vermelho carmim dos lábios, das damas, vermelho-rouge. Cor de sedução e fetiche, cor de querer-não-poder e desejo… Uma sedutora em semente. Ou talvez… É por ser cor das rosas, das araras, da cereja, do tomate, da bandeira do Japão, sol nascente? Eram vermelhos os olhos perscrutadores do teu Lobo, Chapeuzinho. Lembra-te? Da sensação quente daqueles olhos na floresta, em tuas costas, seguindo-te qual radares, talvez laser, quem o sabe? O verme

Sobre luz e mariposas

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Toda noite de noite uma mariposa bate na minha janela. Se joga, desesperada, cabeceia (ou corpeia, perneia, sei lá eu) o vidro duro.  Imagino que em busca da luz. O que leva uma mariposa a buscar com tanto fervor uma luz que não vai alcançar? Ela é irracional. E porque não funciona em nós, humanos, esse instinto que  a move ao qual ela obedece, porque não o obedecemos também, se já fomos irracionais e hoje somos uma meia dúzia de células superiores, apenas? Nem mesmo as mariposas vivem a vida nas sombras. E nós, nós humanos, nós imagem e semelhança de Deus, nós mariposas evoluídas e blá-blá-blás darwinistas, oh Pai! Nós vivemos.  Sejamos como as mariposas.

Realismo

Sol e os pássaros da tarde. No sítio, as águas calmas do riacho e o ruído fraco da rede que balança. Ando meio árcade estes tempos, e toda aquela idealização de natureza. Mas a verdade é que não vivo só na rede, ou só de frutas. Há que se ter arroz, feijão, enlatados, panelas, fogões a gás, há que se ter margarina e molho pronto! Que seria de nós sem o desumano capitalismo?

Balões

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A vida pode ser às vezes Como um balão colorido Que sobe e desce no ar. A vida é muito engraçada Ela, ninguém controla É como se fosse um jogo Que aos poucos,  Se aprende a jogar.

Torpor

Há tempos não venho. Tenho vivido numa espécie de flotação num oceano imaginário que esconde o caos sob aparente tranquilidade, ora afogada nas profundezas mas sempre por fim salva olhando o céu acima da bóia. É bom viver numa casa com árvores. É bom fechar os olhos sob cobertas limpas. É bom ter lápis e folhas de papel à vontade, bolos doces durante a tarde.  Nesses pequenos prazeres me basto; na sinfonia surda das folhas agitando o vento pré-chuva e a tormenta cinzenta de um céu inquieto. Súbito frio: arrepio. Hoje há de chover até lavar o mundo e eu estudo. Vivo num momento atemporal impreciso. Quem sabe que dia é hoje? Eu jamais saberei. Tempo sem vida, vida liberta de amarras de sociedade e de tempo, minha vida tem só vento. Vejam que palavra linda: torpor. É o sentimento de alguém deitado numa cama branca de algodão embebido em chá morno. Eu gosto muito de algodão.

Sábado de sol e a Alegria de se ter balas em casa

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O sábado amanheceu vagaroso com um barulho gostoso de passarinhos. Faz tempo que o calor não é tanto, assim morno e suave, e que saudade eu estava dessa brisa macia bagunçando os cabelos... Café da manhã e pais e paz na varanda. Ali fora, as montanhas verdes e o pasto - muito em breve um loteamento - mas hoje, feliz e pasto. Começo a assistir um filme antigo, desses que a gente tem amor, e numa incursão à dispensa descubro: balas! Uma caixa de balas redondas  sabor tutti-frutti daquelas que gosto mais. A indescritível deliciosa estrondosa alegria de se ter balas em casa. Balas, e passarinhos, o filme e esse sábado de sol! Assisto comendo balas, estralando de satisfação. Lá fora, árvores cantam. O vento venta, montanhas montanham, estradas estradeiam e a vida vive. Em algum lugar soa o Para Elisa, algum lugar distante com som de caixa de música. Talvez seja hora de voltar ao piano, cantando suave Mallu e as fofuras cotidianas.Talvez. O que sei é que é sábado, e sábado a vida para.

Chuva

O dia chove e eu também. "Mamãe, porque você está vazando?" eu perguntei um dia, e hoje sei as respostas. Mais cedo ou mais tarde, todos chovem pelos olhos. A verdade é que não se deve criar expectativas. Devemos aprender a ficar sozinhos, a respirar fundo, a entender nossos sentimentos sem ajuda. A nos recompor quando preciso. Devemos, devíamos, mas eu não aprendi até hoje e nem sei se um dia vou. Esse mundo cheio de picuinhas não merece nossas lágrimas, mas fazer o quê? O céu lava as ruas e eu, minha alma. Almas se deve lavar de dentro pra fora, com cuidado, um pouco até de dor talvez. Esfregando com soluços, levemente, primeiro baixinho, depois com força, mais alto. E mais tarde deixá-las secar ao sol. Vazias, claras, balançando ao vento - lençóis do mais puro sentimento. Quando o sol voltar me porei pra secar. "Não se preocupe, filha - eu só preciso de sol."

Aléxia

Nosso cabelo é quase da mesma cor, e amamos bichos de pelúcia. E livros. E doces. Minha amiguinha estudante, perdida entre fórmulas e regras, e eu ali uma presença inquietante e absurda - figurinha na porta às dez da manhã de um domingo de sol. Você tentando me entender e no seu esforço uma ruga na testa, enquanto eu me fingia de forte com lágrimas brotando nos olhos. E as minhas frases feitas, às vezes pra te impressionar. A verdade é que eu não sou assim tão sábia, sabe? E que estou com saudade. Sinto falta das pessoas que realmente se importam, de repente, tanta falta. Eu apareço aí algumas vezes, aparição que sou, feita de vento com um filme na bolsa e unhas sempre prontas a serem pintadas carmim, um dos códigos das parcas tradições que temos. Eu até que queria ser mais. Mais presente talvez, menos falha, menos confusa e mais tranquila, mais aí sempre e pra tudo, mas por enquanto não dá. E eu nem tenho uma foto nossa pra guardar!

Fúria

Estou cansada De ocidentalismo vazio Quero, preciso comunicação Chega de preposições, chega de possibilidades Quero corpo e almas juntos sem separação. Quero parar de dizer palavras Que entendam o que sinto sem dizer Quero você dentro de mim Em todos os sentidos Quero ser você por um segundo Quero, quero sem limites E tudo o que eu quero me aprisiona. Procuro sílabas melódicas que assustem E ao mesmo tempo quebrem paralelos Pessoas reais e amor sinceros Sentimentos, sol sem melancolia Não aguento mais essa anarquia organizada Em que vive a minha vida, Vive sozinha, sem a minha permissão A vida vive por mim e eu, que faço? O sistema me dita o que quer e obedeço. Anseio você como tudo o que anseio. E sem prática, meu corpo se faz verbo Faz tempo, tanto tempo... Espero que seja suficiente O dia de amanhã, a comunhão de seres De dizeres silenciosos e que eu me encaixe Como nunca me encaixei no seu abraço Estrofes infinitas belas vidas solitárias Compartil

Ainda que

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Quando eu às vezes penso em você Me vem um aperto bobo no peito Como se quisesse esquecer Mesmo sabendo Que não poderia Nem que tentasse, Nem que quisesse Ainda que fosse fácil.

Poetizar

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Poesia é a facilidade de dizer que coisas lindas acontecem e que podem acontecer. Poesia é imaginar a melhor opção. Poesia é dizer que o cabelo de alguém está lindo. Poesia é reparar na cor nova do quarto, do céu, do muro, do mundo. Poesia é mais que livro, é a capacidade de declarar toda hora seu amor a quem se ama. Poesia é saber o que sinto e expressar de tantas formas possíveis, é  não ter medo de se machucar na tentativa de ser feliz, é sobretudo saber que ser feliz às vezes machuca - e ainda assim tentar todo dia incansavelmente. Poesia é o que sinto em cada abraço apertado, quando corro as mãos pelas costas de alguém e sorrio como se nada mais existisse. A poesía está na minha esperança imbuída no peito quando penso no que poderia ser e acho tudo tão bonito! A poesia é uma bala, um bolo, um pirulito. A poesia é um cacho de cabelo cor de ouro que de vez em quando cai nos meus olhos e eu brinco de assoprar. Está comigo, com você, com qualquer coisa que vive e respi

Matéria de Amor

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E você me diz Que está se esforçando Que o futuro é grande Que ele está na porta Olho pra você Penso tanta coisa Falta o que dizer Você está certo… Mas o amor precisa estar na sua vida Não importa quantas provas vá fazer Entre química e biología Alguma coisa tem que te causar prazer! É importante saber fórmulas e números Mas também é importante ser feliz Me reserva só um dia da semana Meia hora pra esquecer tudo e sorrir E depois, quando você for Pro lugar em que deseja estar A gente recorda com saudade E deixa vir, deixa ir, deixa voltar Se for pra ser Nós já sabemos que será E se não for… Foi matéria de amor.

E aí

E as coisas que ela dizia me faziam entender A falta que faz alguém que esteja perto de você. Pensei em alguns momentos No que era certo e errado No que é melhor dizer Ou melhor deixar calado Pensei tanto e sobre tudo As escolhas, o futuro Quem será, quem será É a pergunta que ecoa. Acho que tenho respostas, Mas o tempo insiste em passar... Por favor senhor meu tempo Me traga algumas certezas Leve embora estas coisas todas Que tenho para duvidar.

Som e Fúria

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Estou pensando um milhão de coisas confusas. O mundo não faz sentido. A vida é um jogo cheio de som e fúria, mas que por fim não nos diz nada... Que sentido fazem os automóveis, as mordidas as picadas, as cobras na selva amazônica e o gás poluente das fábricas. Por quê há cãimbras em músculos, por quê essa palavra é estranha, de onde saem os sonhos e pra onde vão as lembranças... Ser ou não ser, eis a questão. Ser para quê - minha indagação.

Mormaço

O corpo: vazio A mente: estafada A alma: sorridente... Também estaria sorrindo o rosto, está por dentro mas não porque pesa e gasta energia. Sorrio por dentro e me basta. A areia nos dedos. O mar nos cabelos Colírio nos olhos E amor onde está. Na mente, lembranças no sol que descansa um dia de praia que não vai passar.

Quando te encontrar

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Quando te encontrar vou te abraçar daquele jeito que você reclama que eu quase te quebro. Quando te encontrar, vou arrumar seu cabelo e desarrumar e arrumar de novo infinitamente. Assim que te vir, antes mesmo de dar tempo de correr até você (sem dúvida, vou correr) estarei sorrindo com o brilho de um milhão de estrelas. Um milhão que é hipérbole mas juro, juro que não vai ser.

Guarda-chuva

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E se chover tristeza,  que eu proteja minha cabeça  com uma alegria doce e boba,  em forma de guarda-chuva.

Ilusão

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Por um segundo ou dois, o sol nos cabelos claros reluziu como diamantes. E o toque quente das suas mãos nas minhas, a música alta no quadro mental - cada letra tão própria. O assunto é um qualquer, assim como todos, assim como jamais será qualquer um assunto do qual tratemos. O vento vem e traz um gosto leve de chuva, do sol que se vai esconder em não mais do que algumas horas. E mais do que estar nós somos, difícil conjugação, somos amantes ao cair da tarde como tem que ser em todo bom clichê. Esqueço a vida que havia, os problemas, que havia só - não há mais nada agora, estamos de mãos dadas. Se fosse real, eu riria. Guardo a ilusão com cuidado, apenas mais um traço seu.

Quem dera

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Até quando vai durar Essa saudade sem medida Essa tristeza espremida Na alma, no peito, em tudo que faço. Até quando vou suportar Andar por caminhos errados Dizer coisas sem significado Fazer pelo bem do senso comum. Quem dera eu fosse um beija-flor E os dias, como os girassóis Se a vida nos deixasse por um instante a sós E o tempo parasse só nesse instante… Quero meu mundo utópico. Citação: Eterno Retorno - Medulla

Sonhos Caligráficos

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Na caligrafia confusa dos sonhos, escrevo a história qual eu gostaria de vê-la.

Eu, ele, o mundo

Perdida na madrugada escrevo coisas sem sentido. É mais fácil agora, que o mundo cala e me permite ser eu mesma sem interrupções. Há quanto tempo não experimento a sensação de estar sem regras, um vislumbre de intensidade nesta época tão perigosamente planejada. Respiro livre por alguns segundos apenas, a admiro a capacidade de vagar pelo mundo que determina minha coerência interna. Por um momento me questiono, me passo a limpo, defino os rumos da minha existência a partir daqui - o que vem agora? E daqui pra frente? O que quero, e como faço? A mente voa por causa dele. Ele, ser estranho às minhas concepções, absurdo, original, oposto a mim e tão semelhante. Ser que foge ao que eu sabia, e que ainda assim conheço tão bem. Ele, avulso objeto nas minhas divagações, modo novo do meu modus operandi . Ele aquele, a quem me refiro e por quem me calo, ou digo coisas que jamais diria a outros alguéns que conhecesse por um acaso qualquer semelhante ao primeiro em que nos encontramos. Ele,

Será?

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Eu sou só uma menina e sei pouco, muito pouco, sobre as coisas de verdade. Me confundo com retalhos, com amores, e com frases. Tenho um pedaço de vida muito grande pela frente, pra dar conta de pensar em tanto acaso e tanta escolha; será que é certo escolher alguma coisa desde agora?

Insubstituível

Sei que seus olhos se fecharam e eu não fui quem você viu. Sei que as minhas palavras são ecos de outras já ditas, sei que se for grave o meu número não vai ser o primeiro no visor. Sei que sou alguém provisório, que sou o que dá pra ter por enquanto, e não o que você queria. Acredite, eu sei como algumas pessoas na vida são insubstituíveis. Não importa o quanto eu me esforce, jamais serei a pessoa que você esperava que eu fosse. Não vou conseguir dar conselhos melhores do que já te deram, ser mais divertida do que outros foram, ser agora o que você teve um dia. Mas a preocupação, o cuidado, são grandes e não dependem da situação; não importa o que você faça, só por ser você, eu estarei lá. Posso ser provisória, mas meu amor é perpétuo.

Saudade colorida

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Um momento só de saudade, de pôr-do-sol de montanhas, de céu roxo rosa laranja lilás. E a lembrança do dia, de nós ali fora e aquele edredom cor de rosa, das flores no jardim e nossos sorrisos no verão. Agora está frio, os dias acabam mais cedo, seu cabelo mudou, seu rosto, seu sentimento. Os meus também, mas mudaram assim como mudam as estações - calmo, gradual, leve, colorido. Mudaram as coisas e tudo, mas tudo muda sempre e disso eu já sabia. Não sei se é bom ou ruim, ou se na verdade só é. Somos pessoas diferentes agora. Mas o que é pra ser, vigora: risadas, amigos, amores, nossas lembranças, desejos. Se for pra ser, será. Seremos. Serão. O que sei é que sinto falta, daquele jeito bonito de sentir; que a gente sorri e imagina que vai acontecer de novo na hora que der.

Sonhos

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Há coisas que sempre quis ver. Uma delas era o Brasil acordar e virar o país que sempre quis que ele fosse, fazer algo mais que reclamar, ver todos se levantarem do sofá… E está acontecendo. Jamais achei que fosse possível, ou que estaria aqui para sentir, para respirar o mesmo ar que essas pessoas lutando. Consciência política deveria (no mundo ideal) estar dentro do guarda-roupa, na parte das peças mais usadas. Ser como uma blusa preferida, que se não usada ao menos uma vez por semana, teria sido ao menos considerada uma opção.  Deveria estar na pauta de assuntos entre os amigos. Falamos de festas, de pessoas, de passeios, e de política, por que não? Deveria ser ensinada na escola, estudada como matemática e física. Era preciso que todo brasileiro soubesse dizer que somos uma República Federativa, democrática, que elegemos nossos representantes por voto majoritário ou proporcional, e que a conta disso - no caso de Presidente da República - é 50% + 1, com dois turnos p

Gpysy

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I'm putting things on my bag, colored clothes and necklaces, earrings and bracelets. Long skirts and scarves, my golden harmonica to sing around...   In life we must keep moving if we want to feel alive.

Perdidos

Hoje você se foi, e deixou um pouco da sua tristeza no meu peito. Eu fechei os olhos e senti o peso da saudade, da dor, da confusão, ouvi as vozes, as perguntas, vi os sorrisos que disfarçam um silêncio. Aí eu lembrei - lembrei que sei como é. Estar sem saber, sem letras, sem contato, cartas, registros. Viver de passado, de "queria", de "e se". Amar o longe, querer o perto, não ter bússola, nem âncora. Conheço esse mundo injusto e cinza, que nem todos os arco-íris conseguem esconder. Conheço o frio que toma o coração nas noites de inverno, frio que nem cinco cobertas aplacam de todo.  Eu já senti o desejo de ter alguém, quem fosse, por perto só por um momento. Já fiz escolhas erradas, procurando abraços fáceis, querendo me sentir amada. Sei como a mente voa, e o calor daquela pessoa se torna outro rosto, outro sorriso, outro cheiro, outra cor. Sei como é fugir e se perder por causa de amor. O mundo é mesmo estranho. As pessoas erram, se machucam, machucam umas

Amor de Cinema

Hoje meus pais se sentaram juntos para ver um filme. Por capricho do destino, do DVD pirata ou do comprador (meu pai) que não escolheu a versão brasileira, foi impossível colocar legendas em português. O máximo a que chegaram foi a legenda em inglês, e depois de muito esforço. Saí da sala nesta parte da história, para minhas blusas amarrotadas e mochila por arrumar. Ao passar pelo corredor, ouvi a voz de meu pai traduzindo as falas. Com o inglês enferrujado, ele lia cada uma das legendas e escolhia o significado mais próximo, às vezes comentando um trocadilho ou algo sobre a situação dos personagens que facilitasse o entendimento. Sorri. Será que eu teria essa paciência? Eu não sugeriria outra escolha? Será que passaria duas horas me esforçando, traduzindo falas rápidas para fazer alguém feliz? Isso, mais que flores, chocolates, bombons e roupas, é amor. Esse é o amor que nós, meninas, queremos e esperamos desde os nove anos.  Pense um pouco. Será que os personagens do seu rom

Era Eu

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Um dia fui criança de rosa na mão. Sorria e sonhava porque era fácil. Mais tarde descobri que a vida era esquisita,  aprendi as normas e decorei fórmulas. Não gostei! Voltei atrás pra pegar minha rosa, minhas bonecas, as bolas de gude,  os chapéus de papel e a tiara de estrelas. Depois disso nunca mais cresci - fiquei mesmo assim.

Frágeis

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Há amores que não sobrevivem ao crivo da realidade.  E reparem, quem pode culpá-los?

Violão

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De alguma maneira os acordes ainda ecoam em mim.  Talvez a vida seja diferente daquilo tudo... Espero que não. Creio nas coisas que você dizia com seu violão... Coisas de amor e saudade. De magia, irmandade, de valores. Coisas que falam de caligrafia torta, do meu sorriso inexato, do seu jeito todo seu de entender a vida - e eu.  Lembro da voz grossa, de cantar as gotas de chuva e a seca no sertão, o concreto da cidade, a saudade no violão.  Talvez você soubesse do que falava. Talvez se o meu cabelo fosse mais escuro, se eu fosse mais morena, que é bonito de cantar, tudo tivesse dado certo. Talvez não. Sei que hoje o dedilhado dessas notas que se foram arde como óleo quente, nas feridas tão abertas e eu decido relembrar. Não fechar os olhos como sempre.  Pego o violão que é meu, e lavo de lágrimas o rosto, as cordas, o braço: os acordes parcos bobos que eu sei, nem ao menos próximos do que eram os seus. "Na noite parece tudo tão lindo, não é mesmo? " É. Até mesmo a

Fada Literata

Todo dia acorda cedo; mora na biblioteca. Sabe onde fica a Cidade do Sol, a Terra do Nunca e o Morro dos Ventos Uivantes. Já visitou a Índia, a Inglaterra e a França; conhece A Sombra do Vento e as Brumas de Avalon. De manhã se espreguiça e abre inteira feito um livro, sorri como capa de revista e se desdobra igual folheto. Enche a bolsa (pequena, de couro) de letrinhas recolhidas com cuidado das estantes adormecidas. Recolhe também pedaços de palavras ou papel que estejam esquecidos - os amores não ditos enrola em novelo. As lágrimas que encontra nas mesas e pregadas aos livros guarda num frasco de cristal puro, na seção "Astronomia", onde raramente alguém mexe. Bolsa cheia e olhos vivos, parte voando pelas ruas, sobre as cabeças; derrama sonhos, desejos, inspirações, poesia, informação, letra, ritmo e melodia. A pessoa por quem ela passa raramente entende quem foi, mas resolve algo que a atormentava há dias, tem uma ótima idéia ou vontade de ler exercícios.  Ela não se i

Escolhas

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Hoje, carrego na palma das mãos as possibilidades do meu amanhã. Cada respiração de agora é pesada, é contada como se fosse uma parte do que construí. Posso me vestir de verde, ou colocar um vestido amarelo. Posso pentear o cabelo, ou não. Posso passar maquiagem, posso estudar para a prova, posso ir bem na escola - ou não. Posso transviar minha vida, perder-me (mais uma na esquina) ou numa fumaça qualquer que encontre por aí - ou escolher que não. Posso me casar com alguém que ame, posso racionalizar o amor enquanto posso, tentar encontrar o equilíbrio entre possível e desejável, construir uma união de fatos que comece agora e dure pra sempre -  mas talvez eu não consiga. Não depende unicamente de mim, isso é provado. Mas a parte que me cabe é assustadora, tão bonita, tão enorme, e se a minha vida for um futuro livro biográfico - quem garante que escrevi essa página do jeito certo? Posso me casar jovem, ter filhos, contentar-me com a alegria simples de ser esposa e ser mãe. Poss

Meio Eu

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Sou uma garota que gosta de romances. De comédias americanas água com açúcar,  onde todo  mundo faz merda o filme inteiro pra no fim dar certo. De Emily Brontë e Jane  Austen,  por  mais que  seja brega. Gosto de beijinhos na testa, e encontros com fundo musical. Gosto de dançar  desajeitada  qualquer  música, ainda que seja rock e eu dance como valsa. Amarro lenços no cabelo, amo bandanas e batom (mas eu só uso um marrom ) e nem se  esforce  em reclamar. Tenho um lado louco que se identifica com Clarice Falcão e Natalia Klein, e se você  nunca  ouviu falar  pesquise agora, afinal, quem não adora? Meu gosto musical varia igual ao humor, e às vezes digo bobagens pra quebrar o gelo,  ou dou um  sorriso de criança pra tentar te derreter. Tenho vontade de pegar meu violão  e cantar  coisas pela  rua dedicadas  à você.