Fada do Chá de Hortelã


Se eu pudesse seria uma fada, para curar todas as feridas do mundo. Levaria comida às crianças famintas, carinho aos que precisam, teto, trabalho e remédio. Levaria cuidado e amor. Sanaria dores com palavras doces.
Se eu pudesse curaria tudo, cuidaria de todos, seria Madre Teresa.
Seguraria ao colo quem está doente, os corpos frágeis, um sorriso fraco. Amaria a todos os bebês como se ninguém nunca os tivesse amado.
Se eu soubesse, se eu tivesse forças, se eu tivesse posses, se fosse possível…
Mas sei que não posso, e que não consigo.

Que fazer, então?
Um bule de chá de hortelã. Doce como o sabor da alegria, morno e cheiroso nessa tarde fria, quebrando o efeito da chuva lá fora.
Uma coberta, um filme (comédia romântica) e ouvidos bem abertos, poço de cuidado para uma amiga triste, escorrendo chuva.
_Já chega, meu bem, já chega… Eu estou aqui com você.

Há muitas coisas que não posso. Mas as poucas que posso, farei! Chá de hortelã já resolve metade das dores de alguém. Ainda não posso ser fada, quem sabe possa ser um dia. Porém, já sei dar abraços, conselhos, beijos, bagunçar cabelos. Sei fazer carinho e ouvir sem pressa, sei amar mais do que o necessário. Não tenho varinha mágica, mas tenho hortelã com gotas de orvalho.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Rant on Youth

On the sense of continuity

On Pigeons