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Mostrando postagens de setembro, 2013

Sábado de sol e a Alegria de se ter balas em casa

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O sábado amanheceu vagaroso com um barulho gostoso de passarinhos. Faz tempo que o calor não é tanto, assim morno e suave, e que saudade eu estava dessa brisa macia bagunçando os cabelos... Café da manhã e pais e paz na varanda. Ali fora, as montanhas verdes e o pasto - muito em breve um loteamento - mas hoje, feliz e pasto. Começo a assistir um filme antigo, desses que a gente tem amor, e numa incursão à dispensa descubro: balas! Uma caixa de balas redondas  sabor tutti-frutti daquelas que gosto mais. A indescritível deliciosa estrondosa alegria de se ter balas em casa. Balas, e passarinhos, o filme e esse sábado de sol! Assisto comendo balas, estralando de satisfação. Lá fora, árvores cantam. O vento venta, montanhas montanham, estradas estradeiam e a vida vive. Em algum lugar soa o Para Elisa, algum lugar distante com som de caixa de música. Talvez seja hora de voltar ao piano, cantando suave Mallu e as fofuras cotidianas.Talvez. O que sei é que é sábado, e sábado a vida para.

Chuva

O dia chove e eu também. "Mamãe, porque você está vazando?" eu perguntei um dia, e hoje sei as respostas. Mais cedo ou mais tarde, todos chovem pelos olhos. A verdade é que não se deve criar expectativas. Devemos aprender a ficar sozinhos, a respirar fundo, a entender nossos sentimentos sem ajuda. A nos recompor quando preciso. Devemos, devíamos, mas eu não aprendi até hoje e nem sei se um dia vou. Esse mundo cheio de picuinhas não merece nossas lágrimas, mas fazer o quê? O céu lava as ruas e eu, minha alma. Almas se deve lavar de dentro pra fora, com cuidado, um pouco até de dor talvez. Esfregando com soluços, levemente, primeiro baixinho, depois com força, mais alto. E mais tarde deixá-las secar ao sol. Vazias, claras, balançando ao vento - lençóis do mais puro sentimento. Quando o sol voltar me porei pra secar. "Não se preocupe, filha - eu só preciso de sol."

Aléxia

Nosso cabelo é quase da mesma cor, e amamos bichos de pelúcia. E livros. E doces. Minha amiguinha estudante, perdida entre fórmulas e regras, e eu ali uma presença inquietante e absurda - figurinha na porta às dez da manhã de um domingo de sol. Você tentando me entender e no seu esforço uma ruga na testa, enquanto eu me fingia de forte com lágrimas brotando nos olhos. E as minhas frases feitas, às vezes pra te impressionar. A verdade é que eu não sou assim tão sábia, sabe? E que estou com saudade. Sinto falta das pessoas que realmente se importam, de repente, tanta falta. Eu apareço aí algumas vezes, aparição que sou, feita de vento com um filme na bolsa e unhas sempre prontas a serem pintadas carmim, um dos códigos das parcas tradições que temos. Eu até que queria ser mais. Mais presente talvez, menos falha, menos confusa e mais tranquila, mais aí sempre e pra tudo, mas por enquanto não dá. E eu nem tenho uma foto nossa pra guardar!

Fúria

Estou cansada De ocidentalismo vazio Quero, preciso comunicação Chega de preposições, chega de possibilidades Quero corpo e almas juntos sem separação. Quero parar de dizer palavras Que entendam o que sinto sem dizer Quero você dentro de mim Em todos os sentidos Quero ser você por um segundo Quero, quero sem limites E tudo o que eu quero me aprisiona. Procuro sílabas melódicas que assustem E ao mesmo tempo quebrem paralelos Pessoas reais e amor sinceros Sentimentos, sol sem melancolia Não aguento mais essa anarquia organizada Em que vive a minha vida, Vive sozinha, sem a minha permissão A vida vive por mim e eu, que faço? O sistema me dita o que quer e obedeço. Anseio você como tudo o que anseio. E sem prática, meu corpo se faz verbo Faz tempo, tanto tempo... Espero que seja suficiente O dia de amanhã, a comunhão de seres De dizeres silenciosos e que eu me encaixe Como nunca me encaixei no seu abraço Estrofes infinitas belas vidas solitárias Compartil

Ainda que

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Quando eu às vezes penso em você Me vem um aperto bobo no peito Como se quisesse esquecer Mesmo sabendo Que não poderia Nem que tentasse, Nem que quisesse Ainda que fosse fácil.