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Cores e texturas

A UWC abriu a minha vida para uma tonelada de cores e estampas que antes não eram. Encheu meu feed de notícias com recados dos quatro cantos do mundo, com lutas de grupos que eu não sabia da existência, com fotos do mundo inteiro e cantares que não são os meus. Encheu de ritmos de outras terras, de olhos escuros profundos e olhos azuis translúcidos, de verde das árvores tropicais e de marrom e branco das montanhas. Encheu minhas mãos de texturas, esfregou meus pés com a terra áspera dos vales no outono, com a fragilidade quebradiça de folhas amarelas que as árvores, em sua não-necessidade, devolvem ao solo para enfeite das ruas da cidade. A UWC me deu um pôr-do-sol cor de rosa e as nuvens flutuantes sob o azul do céu de verão em Dilijan. Me deu um senso de continuidade: cruzar a escola toda manhã e ver a montanha mudando, as árvores se vestindo de verde, depois amarelo, laranja, vermelho, despindo-se em marrom, vestindo-se brancas de gelo, até que lentamente a neve derrete e elas se v

On Pigeons

I knew pigeons died in the same abstract way one knows, for example, that pedestrians die. You hear about it, you can rationalize the fact that it is true, they must sometimes die, considering the risks and all. But if you haven’t seen it happen, the idea is as thin as air. And if something is intangible, it’s as good as if it didn’t exist.                 That morning, the death of pigeons came into existence for me. Happily trotting along my usual path, I encountered a dead pigeon. Crushed would be a more accurate description. You could barely tell it was a pigeon, or that it had ever been one, if it weren’t for the wings. Two widespread white wings, plastered on the pavement, on top of the zebra crossing. There wasn’t blood, guts or any sort of gory evidence of its once-living nature; just two white wings and a gray mass where the body should have been. It seemed hopelessly poetic: wings that once crossed the skies plastered to the ground.                 The next day, I p

Rant on Youth

I wish they had told me how hard it was to be young. I wish I had learned in school about this sad phase of uncertainty that was going to taint me if I chose the road less traveled by. If I didn't get into uni like many of the others, if I breathed in and out instead of just rushing with life without even breathing as I would have done otherwise. I wish I knew how bitter uncertainty would taste so that I could be prepared, so that I could know it's a passing phase and all. I don't really believe my future is dark but I have no real proof I'm on the right track, and if I could only find an indication of that. I have no idea what to do with myself in order to be useful, to become a productive citizen of life and the world and not simply a mediocre working ant, I want to produce yes but not for the system, I won't work for capitalism or the government, I want to work for people for my community my elders my children things that I believe in, I want to serve happiness. 

Sobre as decisões que tomamos

Decisões atribulam a vida dos seres humanos desde os primórdios do tempo, e depois de todos estes anos de evolução ainda não dominamos a arte de tomá-las sempre com sabedoria. Talvez também pelo fato de que as coisas sobre as quais decidir mudaram, e com elas se intensificou a incerteza e a possibilidade de errar. A angústia de escolher entre isto ou aquilo, angústia de ser ou não ser, eis a questão.  É inegável que decisões podem ser classificadas em níveis de dificuldade. Se são particulares ou públicas, a curto, médio ou longo prazo, com base em informação ou emoção e mais três mil fatores devem ser levados em conta na sua classificação. Mas de maneira geral, podemos dizer que decisões se dividem, grosso modo, entre grandes e pequenas. Grandes costumam ser aquelas que terão efeito na sua vida a longo prazo e/ou causarão mudanças drásticas no plano presente; pequenas são as demais, que precisam ser feitas por motivos logísticos mas realmente não mudariam a ordem mundial. Porém, al

Hide and seek

Happiness seemed unachievable sometimes, when the day woke gray and raining, the world in tranquil rest under the drops of water. And then soon enough there was a cluster of daisies and it seemed like happiness was just hiding around the corner. Like a silly child, playing hide and seek with me - all I had to do was walk a bit more and I'd spot her. But then she would have already hid in a different place, and I'd have to search again. 

Playlist

Jay's playlist: This is a playlist with most things I absolutely love in terms of music. First band/artist names, then one or more favorite songs by each, and a little comment in Portuguese on how I got to know this band and why I like it. Sorry English speakers, but don't be sad cause at the end there's a link to a youtube playlist I made with all of the stuff listed. If you would like to know me, if you already know me and want to learn more, if you feel like our hearts are connected through some magic force across the globe, or just wanna know some new music, here's the place to go. Might be subject to change as my taste changes. Playlist da Jay: Essa é uma playlist com a maior parte das coisas que eu amo em termos de música. Primeiro o nome da banda ou artista, depois uma ou mais músicas que eu gosto, e no final tem uma playlist do youtube com tudo que eu falo aqui para você ouvir. Se você me conhece, se quer me conhecer, se sente uma conexão comigo apesar da di

Aniversário

Aniversário  E cá estou, rumo aos 19 do mesmo jeito que um dia estive rumo aos 16. E pouco posso acreditar no paralelo que meu cérebro insiste em traçar entre essas duas ocasiões, que em tudo diferem. Primeiro, diferem na localidade geográfica. As duas se passam no Brasil, é verdade, mas a primeira será em são Paulo (e em Santos, por algumas horas) e a segunda foi em Pouso Alegre, sul de Minas Gerais. Uma foi comemorada com a família, a outra será comemorada com a namorada - coisa que eu nem sonharia aos 16, quando me encontrava no topo de um histórico de relacionamentos doentios ou problemáticos. Graças, agora eu saí dessa estrada. Aquele de nós que nunca caminhou por ela, que atire a primeira pedra…  Terceiro, o aniversário de 16 tinha um significado especial em termos pessoais. Eu já sabia então para onde iria, e que teria de deixar aquelas pessoas que tanto amava para embarcar numa longa viagem de avião rumo a longínquo pedaço de terra. O de dezenove representa muitas incer

Aterrorizantes possibilidades

Quando era mais nova, todos diziam com certeza que eu seria algo grande um dia. Advogada, diplomata, modelo, cada adulto colocava a própria expectativa no jogo de apostas. E quando se cresce ouvindo que você é muito inteligente, alta, estudiosa, dedicada, e por isso bem podia ser... Quando se cresce com seus adjetivos já enquadrados em possíveis carreiras, fica difícil não acreditar que será, de fato, alguma dessas coisas. Ou no mínimo alguma coisa, alguém com um diploma na parede e sucesso médio, alguém digno de todos os elogios depositados pelos seus professores de ensino médio que diziam que você passaria onde quisesse, que você escreve muito bem. E do alto dos dezenove anos, você percebe que na verdade não sabe se vai ser nada disso. Depois de alguns meses fazendo nada aos olhos da sociedade mas fazendo muito dentro de mim, sigo revendo meus próximos caminhos. Um pouco já está decidido, e está claro como água, mas um pouco eu tenho medo. Tenho medo da incerteza do que eu ainda