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Mostrando postagens de março, 2012

Eles dois

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E o que antes era um, agora era dois, era três, era quatro,  e eram eles mesmo as somas e as multiplicações. Enquanto o tempo passava, descobriam, um no outro, um estilo todo próprio, um olhar, mais um sorriso. E no ir de cada dia, um talento, uma mania, se tornava raridade: Gerador de vários risos, intermináveis abraços e beijinhos inocentes. Era então tecida uma colcha de retalhos, sendo sempre acrescentado um novo humor, uma expressão, um prato favorito. Entre eles se formava uma ligação tão forte, com a vida tem com a morte, como a grama tem com o chão. Eram eternos opostos, e apaixonadamente simétricos; eram e passavam a ser, mais e mais a cada momento, uma existência meia; imperfeitos na solidão, completos no reencontro. Não que não vivessem um sem o outro, viviam, claro; e creio que até pareciam mais inteiros do que antes. Emanavam a alegria constante e espontânea gerada pela certeza; certeza de ter alguém à espera, certeza da unicidade de seus próprios sentiment

Uma música, montanha russa

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Ouvi nossa música, e me fez lembrar. De toda a dor, do sofrimento, da tristeza de te ver indo embora.  De cada período triste que atinge a gente depois de uma alegria assim, contagiante.  Da nossa conclusão sobre a vida: Ela é que nem uma montanha russa.  Do nervoso que se sente antes de entrar no carrinho, o medo em plena subida, e depois adrenalina. Tudo junto, misturado, meio louco, meio fácil. Na verdade, tão difícil... E no fim, o sorriso. Respiração acelerada, um pouquinho até de orgulho. O que a gente sente ao olhar pra tudo, no fim. Saber que valeu, que foi bom. Foi sim... Sempre é, uma coisa de cada vez - A tristeza e a alegria, receita pra ser feliz.

Ah, não

Às vezes me canso de todos os biquinhos, de todas as poses, de todas as intrigas bobas e as preocupações desnecessárias. Acho tão inútil, essa frescura, essa mania de parecer sempre a mais legal, mais engraçada, mais bem vestida, mais isso ou aquilo. Será que não dá pra entender que ser diferente é bom? Que ser menos é mais? Que nunca vai ser possível achar a pessoa certa se você não for uma pessoa certa o suficiente? Festas não são importantes. Estudos são. Amizades são. Família, por pior que seja, é. Isso faz diferença. Quanto à beijos ou a cor do vestido, por favor, poupem-me. Isso não.

Saudade

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Sabe o que me bateu agora? Saudade. Aquele sentimento de ausência, e de necessidade; de estranheza e de pertencimento.  Essa coisa, esse tormento, vazio, melancolia...  O gosto ainda na boca do doce que já acabou; o calor ainda emanando de um fogo que se apagou. As cores diminuindo conforme o cair da tarde, querendo levar embora seu dia mais bonito... A lágrima presa nos olhos que ameaça congelar por um segundo o coração.  E depois dela, o contentamento; amigo velho dos que amam sem saber.  Um detalhe apenas, um sorriso, que aquece a alma e vai aos poucos retirando a amarga solidão... Pois a saudade é agridoce. Traz lembranças doloridas, e ecos de alegria passada; traz a sombra das letras de um poema de amor esquecido, mas traz também o perfume de quem nunca mais abraçaremos.  A saudade tem extremos. E às vezes me visita. Às vezes se faz de amiga, às vezes se faz vilã. Tem dias que me deprime, tem dias que me ajuda... Certas vezes me mergulha numa apatia profunda; mas tudo bem. Te

Um sonetinho

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Num amor assim tão forte, Maior que a vida ou a morte Eu espero um dia perder-me. E se possível não for Que encontre tamanha graça Pelo menos, que a mim se faça Chegar a felicidade. Nem que num só momento Na vespertina claridade Esta venha dar-me um beijo E deixe ares de saudade.

Talvez...

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Sabe o que estava pensando Talvez isso tenha um sentido Algum motivo deve haver Pra nada ser como A gente quer E talvez a grande alegria da vida Seja esperar pelo que vem depois Junto com as alegrias as tristezas vão chegar Mas agora é tão cedo pra dizer… E se a gente desistir Nunca vai saber o fim Olha só, tem tanta coisa Que ainda falta fazer Não se prenda a isso, não Deixa o vento bagunçar o seu cabelo E levar tudo pra bem longe Como a linha do horizonte Talvez voce nunca esqueça Mas talvez esqueça logo Talvez as letras sejam para isso Pra guardar o que não se quer esquecer… Talvez algum dia Eu descubra o porquê de tudo isso De tudo o que foi e o que devia ter sido E por que a doçura dos seus olhos Nunca se voltou pra mim Talvez um dia eu entenda o que te deixou assim Mas mesmo se eu nunca entender E o tempo passar, E me levar para o mar Ter vivido, ter te amado Valeu todas as perguntas Que eu não soube responder

Por acidente...

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Estava há horas naquela sala de hospital. Seus olhos já doíam de olhar aquela apática parede branca, e os ponteiros do relógio nunca andavam mais do que três segundos a cada vez que olhava. Mas nada daquilo seria tão ruim se não fosse a preocupação que sentia. Lembrava quando o ouvira falar daquela viagem. Ele não lhe contara diretamente; mas ela ouvira atentamente cada palavra: dos amigos, das meninas, os burburinhos da turma. Sabia a data de saída, a de chegada, o lugar, as expectativas. Tivera um pressentimento ruim. Como não tinha com ele tanta liberdade assim, não pediu que não fosse.  Até porque, ele iria, de qualquer jeito. Mas pediu uma coisa: "Se cuida". Nunca pediu algo tão seriamente quanto pediu aquilo. ***** Foram. Rezava toda noite. Queria ligar, mas sabia que seria chato de sua parte… Esperou. Quatro dias. Naquela noite sentiu-se mal… Um aperto no peito. "Pedro" pensou imediatamente. _Ana? _  ligou. _Oi, tudo bem… _O Pedr

Quase uma citação?

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E então, finalmente, o sol apareceu. E para ela, era como se tudo tivesse mudado; não apenas lá fora, mas em si mesma. E de repente tudo tinha seu lugar, sua razão de ser, e seus horizontes se abriam para uma perspectiva feliz. Tudo só porque agora, pelo menos, seu coração estava completo.

Algo sobre escrita e vida.

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"Escrevo, por isso continuo existindo" é minha paráfrase de Descartes. O anseio que sinto de no papel transformar sons em letras, emoções em frases, imagens em descrições, amores em personagens, tudo isso é o que me possibilita permanecer nessa existência. Sem esse consolo, sem a válvula de escape que é para mim a literatura, dificilmente conseguiria superar meus obstáculos a cada dia, e prosseguir sendo feliz, ou pelo menos, demonstrando. Assim sendo, além de força, a escrita é vício, necessidade. Em qualquer lugar, a toda hora, em todos os atos e circunstâncias, ela permanece comigo, latente. Ela permanece viva. Tem sido a mais fiel aliada e onipresente inimiga. Me ajuda, me instiga, me atormenta, me transporta, me persegue, me ama, me devora. Assim é, para mim, a escrita. Meu estilo, minha prosa, meu verso, vem de dentro; mas obviamente, carregam traços e tanto de fora. Meu passado literário certamente influencia meu estilo, assim como o humor, o tempo, a idade, em su

Primeira vez

Tudo tem a primeira vez, a primeira parte, um primeiro verso,  o primeiro momento.  É a primeira postagem, e sinto novamente aquela sensação de novo, um friozinho na barriga. Será que as pessoas vão gostar? Vai ser o que elas esperavam? E se for melhor? E se for pior? Bem, não importa. Quer dizer, importa - mas não tanto assim. É preciso às vezes fazer o que tem que ser feito, sem perguntas. E só. A opinião fica por conta de cada um... Sejam bem vindos a mais uma primeira vez, e que espero ser a primeira de muitas.