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Mostrando postagens de abril, 2014

Carol

Já há um tempo que eu vinha evitando coisas. Evitando dores, evitando sonhos, até mesmo amores porque eu simplesmente não queria mais feridas. Até que veio ela. Ela não sabe quem eu sou, mas já mudou a minha vida. Pra começar ela nem minha era. Meu amor, minha amiga, ela não era "minha" nada - mas era dele. E ele era uma parte do meu dia, tinha toda uma rotina de conversas onde ela se pôs, onipresente. Ele foi falando, falando, uma foto, um desenho, eu tentei resistir mas ele transbordava admiração e essas coisas é preciso dividir; ela foi se tornando minha.  Para desencargo de consciência, abri a página. "Deve ser boa", pensei, alguém que escreve e desenha não pode ser mero amador. Não era mesmo. E sutilmente fui me vendo no que estava escrito ali, meus olhos úmidos associando rostos às palavras que eram a minha história, mas -olha!- não eram minhas. E cada dor era a minha dor, cada diálogo os meus diálogos, como podem relacionamentos serem todos tão igua