Fúria

Estou cansada
De ocidentalismo vazio
Quero, preciso comunicação
Chega de preposições, chega de possibilidades
Quero corpo e almas juntos sem separação.

Quero parar de dizer palavras
Que entendam o que sinto sem dizer
Quero você dentro de mim
Em todos os sentidos
Quero ser você por um segundo
Quero, quero sem limites
E tudo o que eu quero me aprisiona.

Procuro sílabas melódicas que assustem
E ao mesmo tempo quebrem paralelos
Pessoas reais e amor sinceros
Sentimentos, sol sem melancolia

Não aguento mais essa anarquia organizada
Em que vive a minha vida,
Vive sozinha, sem a minha permissão
A vida vive por mim e eu, que faço?
O sistema me dita o que quer e obedeço.

Anseio você como tudo o que anseio.
E sem prática, meu corpo se faz verbo
Faz tempo, tanto tempo...

Espero que seja suficiente
O dia de amanhã, a comunhão de seres
De dizeres silenciosos e que eu me encaixe
Como nunca me encaixei no seu abraço

Estrofes infinitas belas vidas solitárias
Compartilham afeições tristezas mútuas
Da melodia incessante que me chama
Dia a dia, sem que eu força tenha e escape.

Meu coração está vazio.

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