Amor


É estranho dizer isso, essa palavra esquisita e tão batida, depois de tudo.
E entretanto, o que sinto é mesmo tanto, não há nome mais possível que se encaixe como amor.
Não o amor enfeitado dos romances, não a abestalhada abnegação adolescente que insistem em escrever e demonstrar - outra coisa.
Um amor machucado, cheio de arranhões e cicatrizes que beijaremos eternamente, não no intuito de curar mas aceitando, aceitando sempre a dor que nos impusemos mutuamente.
Amor-desafio, de perdão, risadas e cara feia, sentimento de vencer barreiras e segurar as mãos mesmo quando a vontade for estar a quilômetros de distância.
E amar-se proximamente quando os quilômetros forem reais, rir das ilusões que ditas se tornam previsões irrevogáveis, dos olhos sonhadores que escrevem futuros quiçá possíveis.
Amor que guardado permaneça e aberto floresça, que sobreviveu às intempéries e sobreviverá eternamente.
Amor não idealizado: real, mas ainda bonito... Amor que, por obséquio, embrulhe - vou levar comigo.

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