Feridas


É engraçado. Não dói mais tanto. Ainda sangra, algumas vezes, mas é tão pouco que eu quase acho que é natural...
Talvez agora já tenha passado a excruciante pontada que travava meus movimentos. A dor, aguda e cortante, dos cacos duros de amor consolidado farpeando o tecido quente. A dor de cada batida da massa sangrenta e pulsante que é meu coração. Talvez a essa altura as bandagens, fiapos de algodão, tenham conseguido cobrir os talhos fundos na pele macia. Talvez estejam já se formando róseas cicatrizes frágeis, ao sabor de dissonâncias.
Talvez a dor tenha ido embora. Entretanto, as feridas ficam. Pálidas lembranças do meu pior inimigo: Que além do corpo, me aleijou a alma.

Comentários

  1. Jady, estou encantada...
    Arrependida por não ter entrado antes...mas antes tarde...
    Vou mostrar seu blog pra todas as pessoas que me são caras...
    Abraços em você e em seus pais...

    Valéria Lourenço Lage

    ResponderExcluir
  2. Obrigada, mesmo! Fico muito feliz em saber que gostou! Abraços retribuídos :)

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Rant on Youth

On the sense of continuity

On Pigeons