Sobre as decisões que tomamos

Decisões atribulam a vida dos seres humanos desde os primórdios do tempo, e depois de todos estes anos de evolução ainda não dominamos a arte de tomá-las sempre com sabedoria. Talvez também pelo fato de que as coisas sobre as quais decidir mudaram, e com elas se intensificou a incerteza e a possibilidade de errar. A angústia de escolher entre isto ou aquilo, angústia de ser ou não ser, eis a questão. 
É inegável que decisões podem ser classificadas em níveis de dificuldade. Se são particulares ou públicas, a curto, médio ou longo prazo, com base em informação ou emoção e mais três mil fatores devem ser levados em conta na sua classificação. Mas de maneira geral, podemos dizer que decisões se dividem, grosso modo, entre grandes e pequenas. Grandes costumam ser aquelas que terão efeito na sua vida a longo prazo e/ou causarão mudanças drásticas no plano presente; pequenas são as demais, que precisam ser feitas por motivos logísticos mas realmente não mudariam a ordem mundial. Porém, alguns argumentarão, nunca se sabe quando uma decisão considerada pequena será de fato grande; como alguém que decide não ir ao trabalho e escapa de um deslizamento de terra ou ataque à bomba, e os muitos exemplos de situações como essas. É verdade. Contudo, essas situações são raras e avaliando estatisticamente, na maior parte das vezes as decisões que julgamos pequenas (o que comer no café, se devo ir à pé ou de bicicleta) são de fato apenas isso, pequenas. 
Outra distinção importante é entre decisões fáceis e difíceis. As pequenas costumam ser também fáceis - a não ser que você seja uma pessoa altamente indecisa como eu, para quem decidir a roupa de hoje pode ser mais sofrido do que definir os próximos passos rumo à paz mundial. Mas de certa forma, até as rotineiramente difíceis pequenas decisões são fáceis. As consequências de uma decisão equivocada no âmbito alimentício ou logístico podem variar entre uma dor de barriga e meia hora no trânsito, mas não chegam a alterar drasticamente os pilares da sua vida. Já tais decisões no âmbito romântico podem tomar proporções inimaginadas; e por isso, se encaixam na categoria de "difíceis". Tenho para mim que toda decisão romântica é fácil e difícil ao mesmo tempo: difícil pois racionalmente falando as possibilidades a ser pesadas e cenários imaginados são inúmeras, e quase imprevisíveis; e fáceis porque de qualquer jeito, na maior parte das vezes o responsável por tomar a decisão é comandado pelos sentimentos e usa um quase nada de razão e lógica. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Rant on Youth

On Pigeons

Cores e texturas