Navegar

Corre o tempo como num filme lento, e meu bem
Eu sei o quanto dói
Grãos de areia na ampulheta
Aguardam a volta de alguém que se foi
E que esteve sempre aqui.
Um barco à deriva
Na imensidão azul
De nuvens revoltas e vento
Naufrágios antigos ecoam
Como gritos
A proa castigada pelas ondas não guia
Gosto de água salgada, e tristeza
Boiam pedaços de madeira
Maria

Este era o seu navio
Meu bem, agora dói
Mas um dia a chuva passa                                
A borrasca cessa
E as embarcações voltam ao porto
Ancoradouro
Seguro outra vez
Meu bem, navegar é preciso
Viver não é preciso
A vida é amor e perda
É tempestade e calmaria
Tristeza e depois alegria
Amargo e doce.
É seu barco que volta à praia
Seu coração de maresia
Que há de se colar de novo e partir
Navegar pra outro horizonte,
Seguindo a bússola de um novo nome.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Rant on Youth

On the sense of continuity

On Pigeons