Decepção Natalina
Depois dos presentes, da ceia calórica, das sempre recorrentes conversas, fofocas, dramas de família; do Natal, o que nos sobra? Uma tradição corrompida pelo tempo e pelo mau uso, uma história repetida à exaustão desde sempre. E presentes. Depois da maratona de filmes bobos na TV, eu não espero mais nada. O que quero mesmo é chorar diante da banalização da data, da história, diante do ato de se criar uma celebração estúpida, fria e esquisita, na qual todos dizem reinar um espírito diferente, uma paz superior. Bobagens! Reina o Capitalismo, rindo em seu trono dourado, sem renas ou trenó algum, mas com sacos cheios de dinheiro. Acusem-me de destruidora dos sonhos e eufemismos. Para mim, tudo isso não passa de uma grande farsa, tentando nos afastar mais e mais das coisas que se devia pensar em 25 de dezembro. Talvez fosse melhor se, esse ano, Papai Noel imitasse o Grinch e levasse todos os presentes embora. Se ele ao menos existisse...