Eles dois
E o que antes era um, agora era dois, era três, era quatro, e eram eles mesmo as somas e as multiplicações. Enquanto o tempo passava, descobriam, um no outro, um estilo todo próprio, um olhar, mais um sorriso. E no ir de cada dia, um talento, uma mania, se tornava raridade: Gerador de vários risos, intermináveis abraços e beijinhos inocentes. Era então tecida uma colcha de retalhos, sendo sempre acrescentado um novo humor, uma expressão, um prato favorito. Entre eles se formava uma ligação tão forte, com a vida tem com a morte, como a grama tem com o chão. Eram eternos opostos, e apaixonadamente simétricos; eram e passavam a ser, mais e mais a cada momento, uma existência meia; imperfeitos na solidão, completos no reencontro. Não que não vivessem um sem o outro, viviam, claro; e creio que até pareciam mais inteiros do que antes. Emanavam a alegria constante e espontânea gerada pela certeza; certeza de ter alguém à espera, certeza da unicidade de seus próprios senti...